Eu nunca sei como começar histórias, então vamos lá.



 Meu nome é Mariana Monção, mas eu prefiro que me chame de Mari. Eu e meus pais somos os únicos da família da minha mãe que moram em Botucatu. O resto da família, incluindo meus primos que têm a minha idade, moram em uma cidade ao lado, que é perto, mas não é o mesmo que na mesma cidade.
 Eu era o tipo clássico de filha única: fofa, mimada pelos pais e pelos avós paternos, faz uma birrinha ou outra pra conseguir o que quer, chatinha, com poucos amigos e sozinha. E meu sonho sempre foi ter um irmão ou uma irmã, pra me fazer companhia, brincar e aprender comigo.
 Meus pais também sonhavam com mais filhos, tentaram ter mais filhos várias vezes e através de vários métodos, com ajudas médicas, hormônios, coisas desse tipo, mas minha mãe já tinha seus 40 e poucos anos, o que atrapalhava o processo.
 Um dia bateu uma luz nos meus pais: vamos adotar uma criança! Eu achei o máximo, óbvio. E fomos pra fila de adoção. O que a gente queria? Um menino, de no máximo dois anos. E ficamos na fila. Minha mãe ia praticamente todo dia no fórum conferir se tinha aparecido alguém, mas sempre voltava com a mesma notícia do dia anterior. Ela sempre se deparava com crianças em vários irmãos, mais velhos, crianças que você sabe que provavelmente ficarão o resto da vida esperando pra ter uma família.
 Um dia meu pai chegou pra mim e perguntou o que eu acharia de ganhar DOIS irmãos. Quase surtei de felicidade e lembro até hoje (na época eu tinha 10 ou 11 anos) da minha resposta: tanto faz! eu quero um irmão, se vierem dois melhor ainda! E atualizamos nossa lista pra: duas crianças, em torno de dois anos. Começamos a afrouxar.
 Depois de cerca de um ano e dois meses na espera, meu pai voltou com outra pergunta: e se seu irmão fosse mais escuro? Eu ri da cara dele e falei: o que que muda? Até hoje ele chora quando lembra disso, e olha que meu pai nunca chora. Mas essa pergunta não veio à toa, eles já tinham encontrado duas crianças que se encaixavam no que a gente "procurava". Um menino, 2 anos e pouquinho e sua irmã, 4 anos e meio. Eles já tinham as fotos deles.
 Perto de dezembro de 2008 eles me mostraram essas fotos e perguntaram o que eu acharia de eles serem meus irmãos. Aceitei na hora. Dia 30 de novembro a gente pegava um vôo para Recife, pra buscar as crianças.
 Foi engraçado embarcar com três passagens e já ter cinco pra volta. No dia 1 dezembro fomos visitar o lar que eles moravam, conhecemos eles e, juro, foi instantâneo o amor. É meio estranho até de se pensar isso. Minha irmã me levava pra beber água e dizia para as tias irem conhecer a família dela. Foi lindo.
 No dia seguinte eles já foram pro hotel com a gente, passeamos pelas praias, compramos roupas e brinquedos e voltamos do Nordeste com um bronzeado e mais dois amores, que me dão vontade e animo de viver.
 Acho lindo ver a relação deles comigo: eu sou um exemplo, tudo o que eu faço eles querem fazer, tentam sempre me apoiar, e mesmo quando brigamos, o amor nunca se abalou.
 Essas duas crianças viraram minha vida de cabeça pra baixo, e vou ser sincera: eu prefiro assim!

 Essa foi a minha história, espero que você tenha gostado! Haahah Abraço e um beijinho no core.

Não deixe que eles façam você se sentir menos por ter a pele escura.

  Eu li seu post sobre a sua depressão  e me ajudou muito a cair a ficha de que eu preciso correr atrás de uma ajuda.




Tudo o que você falou, que sente, eu também sinto, e tipo, realmente faz tempo que eu me sinto assim, mas agr, isso tá me prejudicando em vários aspectos, relacionamento/faculdade, etc, e quando eu li o seu relato foi como se fosse mais um empurrão pra eu tratar de resolver isso, saber o que eh, se realmente eh depressão, mesmo que ~leve~ e cuidar disso pq eu cansei de me sentir assim,
 Eu já tava pensando em procurar ajuda. Lá na faculdade eles tem um núcleo de suporte psi. pros alunos, eu já pensei em ir um ano atrás mais ou menos, mas depois desisti não sei porque
  Eu sinto que sempre tive essas coisas, mas agora tá crescendo e me prejudicando.
  Comentei só com algumas pessoas bem próximas. Faço psicologia então por isso mesmo tenho receio de comentar com pessoas que acham que seja frescura e que não tem sentido eu ter algo que tô ''estudando'' porque eu já ouvi isso: ''não é possível que uma pessoa que faça psicologia agir como você age''.

 A faculdade disponibiliza três sessões, mas dizem que ajuda muito, e eu tô planejando só falar pra minha família depois que eu for. Minha família é maravilhosa, mas eles pensam assim como eu te disse.
Não costumo me chatear tanto com as pessoas me julgando, mas é chato ouvir algumas coisas de quem deveria acolher, então por isso prefiro deixar esse assunto quieto por enquanto.
 Acho que depois vou continuar fazendo sessões no particular, pelo posto de saúde é bem demorado, mas isso vai depender muito de como vão ser essas 3 sessões.

 Eu espero que isso ajude outras pessoas como me ajudou a procurar ajuda.

 Só procurei ser confiante quando completei 17 anos. 



 Passei meu tempo de escola sendo obrigada a escutar os outros alunos falarem de mim diretamente ou indiretamente, e eu achando que não poderia fazer nada pra mudar isso, e que tudo o que eles falavam era de fato verdade.

 Quando era mais nova, no ensino fundamental I sempre ouvia as outras crianças fazendo ''brincadeiras'' comigo por conta do meu cabelo, por eu ser gordinha e usar roupas largas e rasgadas (as vezes roupas velhas do meu irmão). Por eu ser muito criança naquela época, eu não dava tanta bola, as vezes xingava ou até mesmo batia, mas não mudava como eu me sentia escutando tudo aquilo.
 Cheguei no fundamental II achando que iria mudar alguma coisa, pensei que iria lidar com jovens mais evoluídos, que estavam na escola só pra estudar, conversar com os amigos e ir embora. Me enganei, continuaram praticando ofensas comigo e com outras pessoas, por cartas, brincadeiras e nas redes sociais. Lembro que chegaram a zoar uma garota por ela ser evangélica, e depois daquele dia fiquei com medo de falar que também sou dessa religião.Não fiquei com medo de me baterem, mas de dar mais algum motivo pra falarem sobre mim.

 Fizeram redes sociais zoando APENAS as garotas, por conta da cor, tamanho, cabelo, e até mesmo pela quantidade de caras que se relacionavam e foi daí que eu percebi que era só mais uma no meio de muita gente desrespeitada.
 A gente vive em uma sociedade que gosta de presenciar a dor alheia, que acha um máximo as pessoas serem envergonhadas na frente de todo mundo só porque é diferente.
 Presenciei garotas tristes, acoadas sofrendo e traumatizadas com o próprio corpo por conta de todas essas ''brincadeiras''. Em algum momento eu fui uma dessas garotas, até perceber que eu já estava calejada ao ponto de não pra me importar tanto com tudo aquilo, mas não calejada o suficiente.
 Hoje em dia recebo críticas, julgamentos, principalmente de pessoas que deveriam me apoiar e me entender e procuro não dar ouvidos as coisas que não me faz bem.
  Porém ainda não saquei qual é a do ser humano, porque são todos assim? Por que gostam de achar erros em todas as pessoas?
 Crianças que querem sempre ser iguais aos adultos, que acham errado se vestir de qualquer jeito, brincar, se sujar, e que por achar errado critica crianças que não se importam com isso.
 Jovens que procuram achar graça em tudo, principalmente no ponto fraco dos outros, mas não gostam de serem criticados.

   Seria tão bom se as pessoas ajudassem e apoiassem mais deixando de lado as ofensas.

oi !

Oi !!

 Fiz essa playlist, porém procurei diminuir um pouco a quantidade de músicas,não sei se é porque escutei pouca música esses últimos dias ou porque odiei a maioria que escutei, enfim.